Marcelo Jorge

29 de abr de 20202 min

ARAÇÃO DE TERRAS: Jucati e Caetés utilizam política para uso de tratores, denunciam agricultores

Segundo denúncias de agricultores locais, tratores destas prefeituras, apesar de serem equipamentos públicos, só estão disponíveis para aliados dos governo atuais.

O período de chuvas no agreste pernambucano vem se intensificando e segundo a Agência Pernambucana de Águas e Climas - APAC - a previsão climática para o próximo trimestre é que as chuvas deverão ser de normal a acima da média em todo o estado de Pernambuco. Um dos reflexos dessa alta média de chuvas vem sendo sentida no agreste meridional, onde municípios como Garanhuns, Lajedo, São Bento do Una e Cachoeirinha, por exemplo, foram invadidas pelas precipitações pluviométricas neste final de Abril.

Com o advento de tanta água, agricultores locais necessitam rapidamente prepararem suas terras para o plantio e, com a esperada redução da pandemia do Covid-19, garantir uma boa safra e quem sabe escapar da grave crise econômica prevista para os próximos anos em todo o mundo.

ARAÇÃO X VOTO

Para minorar o sofrimento e ajudando o homem do campo, governos municipais em diversas regiões de produção rural costumam nesta época ceder equipamentos públicos para aração de terras e com isso, reduzem os custos principalmente dos pequenos agricultores.

Mas, parece que não é isso que está acontecendo atualmente nos municípios de Caetés e Jucati, ambas no Agreste Meridional pernambucano.

Nestas localidades, relatos de agricultores, - inclusive através de gravações de áudio que circulam nas mídias sociais - , alertam para a seletividade das ações, cujo benefício da aração só é concedido a quem se curva ao prefeito local ou aos candidatos que por estes são apoiados para as eleições municipais vindouras.

Em Jucati, segundo os relatos, um servidor público municipal acompanha o tratorista e indica a este quais as terras devem ser aradas, deixando fora deste itinerário as propriedades que não estão alinhadas com a ‘política do prefeito’. Em grupos de WhatsApp, populares se manifestam com indignação a este procedimento seletivo.

Em Caetés, a situação torna-se ainda mais grave: Segundo uma gravação que chegou a nossa redação, um funcionário da prefeitura local está ameaçando “montar” uma associação na zona rural, para impedir que a atual presidência possa ter acesso ao trator, ao mesmo tempo em que assedia associados da mesma a abandonarem a entidade, sob pena de não terem suas terras alcançadas pela atividade que, segundo a lei, é um direito do cidadão do campo e que em ano eleitoral, o desvio de finalidade deste benefício pode inclusive transformar-se em processo de improbidade administrativa contra o gestor.

Como se já não bastasse o vírus chinês.

Com a palavra, o Ministério Público...

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