Em 2024, serão escolhidos os 27 prefeitos das capitais e do Distrito Federal e das outras mais de 5.500 cidades do país, além dos representantes da Câmara dos Vereadores de cada uma delas. Só os municípios com mais de 200 mil eleitores terão, caso necessário, segundo turno
*Por Marcelo Jorge
Falta menos de um ano para que o caldeirão eleitoral nos 5.570 municípios do país esteja efervescente. Em Garanhuns, agreste de Pernambuco, a disputa que inicialmente vinha sendo travada nos bastidores, começa a ser revelada com o andamento das ações dos governos federal e estadual. Como estas ações – boas ou más - inevitavelmente respingam nas administrações municipais, se desenha a possibilidade de anteciparem o discurso para 2024, o que já vem acontecendo.
De um lado, o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), começou a acentuar e posicionar na mídia oficial as suas ações administrativas.
Com algumas obras de recuperação asfáltica em andamento e tendo após as eleições se reaproximado do até então adversário e deputado federal Fernando Rodolfo (PL), sem abrir mão no entanto do seu majoritário Felipe Carreras (PSB), atraindo lideranças para seu barco, como o dinâmico ex-candidato a Deputado estadual, Coronel Campos (União), dentre outras alianças, o prefeito vem colocando sua força maior na produção de eventos pré-existentes, o que sem dúvida alça sua popularidade, mas não reverte números negativos.
A seu desfavor e alimentando pautas para os adversários estão, no entanto, o desgaste produzido pelo início da sua gestão como o nepotismo explícito e a ineficácia nos investimentos em infraestrutura, com proliferação de buracos por todo o município e dentre estes, uma fenda urbana transformada em cratera que produziu uma tragédia, com a perda de uma vida e muitos danos materiais, além da inércia em áreas como manutenção dos veículos de TFD – Transporte Fora de Domicílio -, alvo de apreensões e constrangimentos, semelhantemente aos transportes escolares irregulares; ineficiência e baixa qualidade da merenda ofertada nas escolas públicas municipais, assim como a politização de festividades públicas, com mudanças desnecessárias na nomenclatura dos eventos e exagerada aparição do gestor na mídia nestas celebrações, em uma clara manifestação de autopromoção e quebra da impessoalidade. Tudo isso certamente vai dificultar uma recuperação completa da imagem do gestor socialista junto à opinião pública.
Por outro lado, diversos oposicionistas se colocam como obstáculo para uma reeleição tranquila do prefeito que ainda tem a missão de escolher um novo vice prefeito para sua chapa, já que pouco tempo após sua eleição, ocorreu o rompimento político com seu apoiador de primeira hora, o petista Dr. Pedro Veloso e afastamento de outro Pedro, o Falcão, renomado e respeitado ex-Reitor na UPE, que investiu seu nome e imagem na campanha eleitoral socialista, sendo depois defenestrado por ambos: pelo prefeito, já eleito e pelo próprio PSB quando desejou, de forma legítima, uma vaga na ALEPE.
Além do seu vice (agora também opositor) e antes de encarar a verdade das urnas, Albino deve enfrentar ainda adversários no Governo do Estado, já que a Governadora Raquel Lyra (PSDB) deve ter e apoiar candidato no importante município; Adversários também na tribuna da Câmara Municipal, com os vereadores Gersinho Filho, Fanny das Manas, Thiago Paes e Magda Alves; o ex-vereador Zaqueu Naum Lins, ex-colega de legislatura do então vereador Sivaldo também deve ser um tropeço para o gestor; e ainda alguns blogueiros que, mesmo sem deter mandatos, mas com milhares de internautas seguidores fiéis, “infernizam” diariamente a vida da gestão municipal, gerando um inegável desgaste.
O tempo também não é aliado da gestão municipal. Sendo 2024 um ano eleitoral com o prefeito pré-candidato e apesar de serem permitidas licitações neste ano de disputas, nos três meses que antecedem a realização das eleições, é proibido o comparecimento de candidatos na inauguração de obras públicas, sob pena de cassação do registro ou diploma da candidatura.
ADVERSIDADES - Dentre estes adversários, o prefeito ainda enfrentará na tribuna da ALEPE, o mais forte adversário e seu maior pesadelo político: Sendo ou não candidato, o ex-prefeito e pela quarta vez deputado estadual, Izaías Régis (PSDB). Régis, que para o grupo do atual prefeito teria uma vitória improvável em 2022, vem conseguindo manter a invencibilidade perante Sivaldo e agora, como líder do Governo Raquel Lyra, inevitavelmente será protagonista do que o estado vier a implantar em Garanhuns.
Apesar da vaidade, característica que o próprio Izaías não esconde, mas que não atrapalha em nada sua atuação e a despeito dos adversários que colecionou na vida política, o tucano tem a seu favor as boas avaliações populares nas suas duas gestões em Garanhuns e o fato de, apesar das tentativas do atual prefeito de anular suas criações, não teve a imagem abalada e nem o protagonismo do que produziu no município esquecido pelo eleitor.
Se não quiser (ou não puder) ser candidato em 2024, Izaías Régis será seguramente o mais desejado cabo eleitoral das eleições vindouras.
O próximo pleito será em outubro de 2024. As datas exatas ainda não foram definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Porém, o primeiro turno sempre é marcado para o primeiro domingo de outubro, que será dia 6. Já o segundo turno, acontece no último domingo do mês, que será dia 27.
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