Com a aceitação de Ciro Nogueira para comandar uma das pastas mais importantes do Governo Federal, a Casa Civil, a política passa a funcionar no caminho da reeleição de Bolsonaro.
As especulações das últimas semanas na política nacional se confirmaram: O presidente nacional do Partido Progressista, Ciro Nogueira (PP-PI), foi contemplado com a Casa Civil do Governo Bolsonaro. A Casa Civil é o mais importante Ministério por ser responsável por toda a articulação política do Governo Federal com o Congresso Nacional – Câmara dos Deputados e Senado – além de ser também responsável pelas nomeações.
Alguns pontos divergentes do novo integrante do Governo devem ser apaziguados. Como líder do PP, semelhantemente aos demais dirigentes partidários, Ciro Nogueira se posicionou contra o Voto impresso auditável, uma das pautas principais e bandeiras de Bolsonaro. Mas, com a sua assunção a Casa Civil, Nogueira deve alinhar essa bandeira com o pensamento do presidente.
Porém ainda existem alguns pontos a serem pacificados, como as alianças do PP com partidos de esquerda em alguns estados e municípios. Tendo uma campanha presidencial pela frente, é bem provável que a legenda faça algumas concessões em algumas capitais, mas isso ainda não foi discutido. A possibilidade de Bolsonaro ingressar no partido e por ele disputar a presidência também mexe com os nervos de muitos politicos Brasil afora, principalmente os que não tem alinhamento ideológico nem político com o gestor.
Como o atual Presidente da Câmara, o deputado Arthur Lyra (PP-AL) também é filiado ao Progressistas, entende-se que as agendas do Governo Federal devem manter maior probabilidade de aprovação naquela casa, o que já vem ocorrendo, diferentemente da atuação do ex-presidente Rodrigo Maia (DEM), responsável pelo travamento de importantes pautas oriundas do Palácio do Planalto e que apesar de ter sido eleito ao cargo com auxilio governista, tornou-se ferrenho opositor e crítico de Bolsonaro.
ALIANÇA DE BOLSONARO COM O TEMIDO 'CENTRÃO'
Do ponto de vista político, a chegada de Ciro Nogueira, um dos históricos líderes do chamado “Centrão”, alcunha pejorativa dada pela esquerda ao grupo criado pós Constituição de 1988, como ‘Centro Democrático”, fortalece o Governo de Bolsonaro. O próprio presidente já integrou a legenda em outra oportunidade.
Inicialmente, o governo Bolsonaro contava com o apoio das chamadas ‘bancadas temáticas” como a ruralista (agronegócio), evangélica, bancada “da bala”, mas o Palácio percebeu que somente esses apoios eram insuficientes para manter a governabilidade. A diferença do Centrão que hoje negocia com o Governo, segundo o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, em recente entrevista, é que não haverá barganha financeira neste apoio.
No entanto, é claro que as indicações para cargos de chefias nos serviços públicos se manterão e ninguém pode negar que o estilo 'Oração de São Francisco' - é dando que se recebe - sempre foi fato presente na politica nacional, como também nos estados e municípios.
Afinal, Não foi o Jair Bolsonaro quem criou o fisiologismo, o “Fundão partidário”, e outras deformidades na atuação política. Isso tudo é fruto de um permissivo (mau) sistema político que vivenciamos e dos maus hábitos de muitos eleitores que inflacionam as eleições.
Só mesmo uma verdadeira Reforma Política - cada dia mais difícil de acontecer - poderia iniciar um novo processo de reeducação na população e no meio político.
Hoje, terça-feira (27), comento sobre esse assunto no programa Com BrasilNordeste, exibido as 18 horas pelas TV SKY e OITV nos canais 28; TV CLARO eNET, canal 03; GVT TV e VIVO TV, canal 239 e ao vivo também pelo site: tvcombr.com.br e no canal BRASILNORDESTE OFICIAL, no Youtube.
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