Mais do que um cargo eletivo na ALEPE - à qual ambos já tiveram a oportunidade de desempenhar - Izaías Régis (PSDB) e Sivaldo Albino (PSB) - este através do filho Cayo -, buscam estabelecer uma mostra de liderança e força perante o eleitorado local.
As eleições de 2022 devem trazer uma comunicação bastante apimentada - para ser discreto nos adjetivos – e conduzir disputas interessantes nas urnas de todo o país. A polarização esquerda-direita que vem acalorando os debates e embates desde ates de 2018 demonstra cenários similares nos estados e municípios. Fusão de partidos com extinção de siglas, reposicionamento estratégico dos tucanos (cujo mascote já foi extinto na marca da sigla), judicialização das mídias sociais, a até então improvável - mas possível - chapa Lula-Alckmin e a entrada do ex-juiz Sérgio Moro no Podemos, como mais uma via na corrida presidencial, aquece ainda mais a bolsa de apostas em nível nacional.
PERNAMBUCO
Do ponto de vista estadual, o fortalecimento dos oposicionistas na disputa pelo cargo de governador, liderados por Raquel Lyra (PSDB), Miguel Coelho (DEM) e Anderson Ferreira (PL), já mexem antecipadamente na estrutura de Marketing Político e articulação do governador Paulo Câmara (PSB), inclusive o forçando a acelerar a decisão de QUEM de fato representará o projeto dos socialistas perante o eleitorado, são as pautas que invadem a blogosfera e as mídias tradicionais, estas cada dia mais lentas na divulgação e acompanhamento das pautas.
GARANHUNS 2022
Portanto, a leitura não deverá ser diferente em Garanhuns, no Agreste Meridional e em outros municípios do interior de Pernambuco, onde forças antagônicas estarão com seus ‘blocos nas ruas’, cooptando adeptos e articulando discursos pra lá de floridos na apresentação dos seus candidatos ao parlamento federal e à presidência da República, ao mesmo tempo que tentarão colar adjetivos nada respeitosos aos adversários.
Para exemplificar, na ‘Cidade das Flores’ a disputa não terá apenas caráter ideológico, nem a famosa briga de cordões azuis, vermelhos, amarelos ou brancos, simbolizando cores partidárias.
Até porque o atual prefeito Sivaldo Albino que pertence ao PSB, iniciou sua trajetória política no PSC, migrou para o PPS e até passou pelo PSDB, sigla que abriga atualmente o seu antagonista e ex-prefeito Izaías Régis além de, à época, ter sido um dos fiadores da ampla frente ainda comandada por Eduardo Campos que ajudou a eleger Régis prefeito pela primeira vez em 2012.
CENÁRIO LOCAL
Uma das faces da disputa de 2022 em Garanhuns, por parte do Gestor Sivaldo Albino, é claramente a tentativa de ampliar e fortalecer seu grupo recém criado, já que nos embates anteriores ele era o protagonista do grupo.
Com sua recente eleição à prefeito, esse protagonismo se volta ao filho primogênito Cayo Albino (foto acima), jovem advogado, Secretário Geral da CODEAM – Comissão de Desenvolvimento do Agreste Meridional – e que, segundo sinalização do pai, articulador da sua pré-candidatura, deve já debutar na política pleiteando o cargo de Deputado Estadual.
Do outro lado está Izaías Régis (foto).
Debutando no PSDB, mas com ampla experiência política tanto no legislativo estadual exercendo a atividade de deputado em 03 mandatos, ocupando inclusive em uma das legislaturas, de forma interina, a presidência da ALEPE e na gestão municipal como prefeito eleito em duas oportunidades, Régis não demonstra enfado com a política e como falou em uma das suas entrevistas, “Sinto-me renovado como se estivesse começando na política”.
Nas mídias sociais, blogs locais e estaduais no entanto, percebe-se a constante disputa e troca de farpas entre o atual prefeito e o seu antecessor, como se o candidato fosse Sivaldo e não Cayo Albino. O grupo da situação alega inclusive que por ser Izaías Régis detentor de contas rejeitadas pela Câmara Municipal, hipoteticamente o tucano estaria impedido de pleitear eventual candidatura.
NOMES QUE DEVEM CONFIRMAR CANDIDATURAS
Além destes, pré-candidatos com base em Garanhuns como (fotos na sequencia) Zaqueu Naum Lins, ex-vereador e forte candidato apoiado pelo Deputado Federal Fernando Rodolfo (PL); Coronel Campos (no PLS, mas aguardando trâmites finais da fusão desta legenda com o DEM para tornar-se União Brasil); e nomes mais à direita, apoiadores do Presidente Bolsonaro como o Pastor Rômulo (Patriotas); vereador Thiago Paes (DEM, mas na mesma expectativa do Coronel Campos) ou mesmo o médico oncologista Eduardo Miranda (PSL) devem estar no páreo também buscando uma vaga na ALEPE.
Em meio a toda esta cena, com a decisão de Bolsonaro pelo seu novo partido, o perfil nacional, estadual e local deve ainda sofrer mutações, já que as janelas partidárias necessitam estar abertas em Março de 2022 (06 meses antes da eleições) e as mudanças de legendas com debandadas de alguns políticos, darão nova configuração ao tabuleiro em todos os níveis.
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