Apesar da mídia constante produzida em Garanhuns e paga com o dinheiro do contribuinte, propagando necessárias reformas em escolas públicas, uniformes e merenda – que é papel inerente ao Governo -, não é raro que estudantes venham sendo relevados a último plano
*Por Marcelo Jorge
Ficar em silêncio, assistindo desmandos acontecerem, não é o papel da imprensa e muito menos da índole humana e cristã.
Ou pelo menos não deveria ser!
Os recentes episódios registrados por smartphones de mães revoltadas e compartilhadas nas mídias sociais, que mostram dezenas de adolescentes nas estradas do município de Garanhuns, sendo expostas ao constrangimento de não poderem embarcar em ônibus destinados a conduzi-los, isso por decisões tomadas com viés político, é inadmissível e intragável.
Neste início de semana, em Nota (imagem) e após a repercussão das imagens dos alunos à beira de uma estrada, a Prefeitura de Garanhuns minimizou o fato e se pronunciou. informando que "Irá transportar os alunos de curso superior, técnico e cursinhos que residam na Zona Rural, desde que a rota da rede municipal já exista e tenha vaga disponível"
A verdade é que este transporte, do ponto de vista humano e solidário, passa a ser uma responsabilidade compartilhada pelos governos do município e do estado para o suprimento das necessidades de deslocamento destes jovens estudantes – alguns já eleitores e todos semelhantemente netos, filhos e sobrinhos de eleitores – o que coloca um Governante que visibiliza uma reeleição em um papel inadequado quando espera o fato tornar-se escândalo para somente ai tomar uma posição, dando um passo atrás.
Sem esquecer dos recentes episódios de mais constrangimentos, (imagem) principalmente para estudantes da zona rural, com a retenção de ônibus escolares pela PRF por irregularidades na documentação, mal estado dos veículos e ausência de motoristas com demora na substituição destes.
O dinheiro existe.
Tanto é que a estes mesmos jovens que buscam qualificação através dos estudos, vem sendo atraídos por uma abundância de eventos que vão da cena gospel ao forró; das celebrações de Natal à tentativa de usurpação do Festival de Inverno.
E festa pública não se faz de graça, por que no serviço público, ninguém faz graça!
Além disso, reclamar sobre a queda do FPM e do ICMS, reter pagamentos, 13º salários, férias de servidores e demais direitos e contratados da educação com dois meses de salários atrasados, ao mesmo tempo em que se direciona milhões de reais em recursos para serem literalmente pulverizados em algumas horas de shows em um palco alugado, igualmente à fumaça do gelo seco, é no mínimo falta de bom senso e excesso de frieza com quem mais precisa.
E não pode-se esperar muito pelas decisões do Legislativo municipal, já que este a hoje serve de apoio ao Poder Executivo. Em palavras mais objetivas: A Câmara de Vereadores de Garanhuns, com a exceção dos oposicionistas, não cumpre na integralidade o principal papel que lhe é devido de serem agentes fiscalizadores. Se a maioria saísse das suas cadeiras para fiscalizar (quem já faz isso, releve meu comentário), para escutar a população, teria muita pauta para produção de Projetos de Lei e não apenas para indicação de Títulos honorários.
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